“Mostrou-me também assim: eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo, e tinha um prumo na mão.
Perguntou-me o Senhor: O que vês, Amós? Respondi: Um prumo. Então disse o Senhor : Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo de Israel; jamais passarei por ele”.AM 7.7,8
Certa noite, antes de pregar e após uma adoração ardente, conduzida por minha esposa Irani, chamei um irmão para ser co-participante daquilo que pregaria naquela noite, onde os céus da revelação foram abertos sobre a Igreja Batista Shalom. Ao chamá-lo, quis me utilizar de seu vasto conhecimento na área de construção civil. A cena foi engraçada, pois o irmão foi surpreendido e todo apreensivo achou que teria que pregar no meu lugar. Com os olhos arregalados e o coração palpitante ele se recusava a permanecer ali, perante a igreja que ria-se do seu medo enquanto eu pedia a ele que nos ensinasse um pouco da sua habilidade na área de construção. Seu coração só teve sossego quando eu disse a ele que pregaria e que ele apenas seria um instrutor acerca de três tipos de ferramentas usados em uma obra. A saber: O Esquadro, o Nível e o Prumo. Assentei-me para ouvi-lo e ele nos deu uma verdadeira aula sobre estas três importantes ferramentas. Segundo sua explicação,o Esquadro serve para corrigir as direções a fim de que ainda que o terreno esteja torto, a casa fique na posição certa. A menos,dizia ele,que o dono da casa queira que ela fique torta de acordo com o tipo de terreno. Quanto ao Nível, este serve para tratar daquele tipo de construção que subiu demais ou ficou abaixo do nível da expectativa do proprietário. Já o Prumo trabalha com a verticalidade. Serve para saber se a construção não está, digamos, “subindo para o lado e não para cima”
Quantas ilustrações em uma noite só. Tomei a palavra de volta,para alívio do irmão que não imaginava o quanto havia me ensinado e que este ensino serviria de base para o que a igreja ouviu naquela noite e que passo a compartilhar com você agora.
Somos a construção de Deus, uma obra em estado de aperfeiçoamento(Fp1.6). Nós somos o Muro a ser passado pelo Prumo Divino.
Como em toda obra, precisamos passar pelo Esquadro Divino para retomarmos direções que perdemos na trajetória. As vezes discutimos com o Construtor pois queremos que a obra seja feita de acordo com o modelo do terreno onde estamos. Preferimos nos adequar a ele a ficar no esquadro. Há pessoas tão fora do Esquadro Divino que os que estão de fora precisam se entortar se quiserem entendê-los. Passe por uma casa torta e veja se você não precisará ficar de lado para vê-la melhor. As vezes somos assim por estarmos fora do Esquadro Divino nossa conduta dentro do nosso terreno torto,faz com que aqueles que vivem conosco tenham que se encurvar ao estilo do terreno torto da nossa alma. Há também a fase da obra em que O Nível Divino entra em ação porque no percurso da obra subimos demais. Quantas vezes não percebemos que nos desentendimentos e discussões familiares, nos excedemos, subimos o tom de voz, berramos gritamos , pois afinal de contas o nosso terreno foi invadido. Nos tornamos arrogantes, altivos e no bom sentido do termo, é preciso “baixar o nível”(Mt 11.29). As vezes na mesma obra é preciso subir o nível, pois as circunstâncias do terreno onde estamos sendo construído desnivelam nossas
expectativas, baixam o nível do humor e fazem descer a alegria.Porém, naquela noite, eu disse a igreja que das três ferramentas da ilustração, a mais importante, na minha opinião era o Prumo. Foi ele que Deus usou para revelar ao profeta Amós o que estava pretendendo fazer com o seu povo. No texto que serviu de base para a pregação daquela noite e que é a mesma desta postagem, diz que o Senhor estava sobre um Muro tendo um Prumo na mão(Am 7.7 ARA). Ele disse ao profeta que passaria seu povo pelo Prumo Divino. O interessante é que o texto diz que este Muro já tinha sido construído a prumo(eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo). Isso significa que originalmente, o Muro foi feito perfeito mas que com o passar do tempo entortou-se. Nenhum construtor faz uma casa para dar errado. Ao passá-la pelo Prumo o faz não com o propósito principal de procurar defeito mas sim com o propósito de reconduzir sua obra ao cumprimento de sua expectativa. “Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias .” (Ec 7.29 ARA).
Considerando que o Muro estava representando o povo de Deus entendemos que o propósito do Prumo Divino era a restauração da originalidade, a continuidade de uma expectativa interrompida. Quando Deus nos criou, de acordo com eclesiates, ele nos fez reto, mas nossas astúcias nos entortaram, nos fizeram perder a rota da verticalidade fazendo com que nos tornássemos horizontalizados, muito mais terrenos e carnais, do que celestiais e divinos. Creio que nestes dias que antecedem o fim de todas as coisas, Deus está chamando seus profetas e perguntando a eles:” O que vês?”
Pois o tipo de linguagem que temos, denuncia a qualidade da visão que possuímos. O que falamos de nossa vida, nosso cônjuge, nossas igrejas, revelam a visão que temos destas coisas. Acredito piamente na necessidade de uma visão profética dos muros da nossa própria existência a fim de que o Prumo Divino passe, não para juízo mas sim para dar continuidade ao Plano Original ,no qual fomos inseridos para sermos semelhantes à Deus e não torcidos como o diabo(Gn1.26; 3.14). Acredito ainda, que assim como todo prumo, o Prumo Divino é o padrão estabelecido por Deus a fim de que entendamos que para cada exigência dele há um modelo a ser seguido, um padrão para que possamos nos referendar. Me encontro alarmado com o padrão moral, social e espiritual que tenho visto. O padrão da família então, está gritantemente necessitado de padrão, de prumo.Maridos que precisam de prumo, mulheres e filhos totalmente desaprumados. Porém minha perplexidade não me paralisa pois acredito que Deus ainda têm seus “Amós”. Acredito em uma igreja reaprumada, acredito em famílias e casamentos realinhados pelo Prumo Divino, acredito que Deus ainda fala com, e por intermédio de seus profetas. Basta que tenham visão.Acredito que estes “Amós”dos últimos tempos, trabalham a fim de que aquilo que se entortou, volte a ser aprumado. Acredito que eles ainda dizem a esta sociedade que não anda direito: ”... Apruma-te direito sobre os pés”(At 14.10 ARA). Você crê?
Graça e Paz!
Marcos Joaquim