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terça-feira, 8 de junho de 2021


 A GERAÇÃO NABOTE E OS VALORES INEGOCIÁVEIS DA FAMÍLIA

ARTIGO REVISTO E ATUALIZADO

Sucedeu depois destas coisas que, tendo Nabote, o jizreelita, uma vinha em Jizreel, junto ao palácio de Acabe, rei de Samaria, falou este a Nabote, dizendo: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, porque está vizinha, ao pé da minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor; ou, se desejares, dar-te-ei o seu valor em dinheiro. Respondeu, porém, Nabote a Acabe: Guarde-me o Senhor de que eu te dê a herança de meus pais. I RS 21.1-3


Nos últimos anos venho trabalhando, incansavelmente, em meu ministério, acerca da reconstrução dos valores da família. Velhos princípios, frente as novas circunstâncias impostas pela pós modernidade. O que se convencionou chamar de "Novo Normal". Este fenômeno social que em muito tem contribuído com o esfacelamento familiar. Passo neste artigo, a discorrer sobre o tema: "A Geração Nabote e os Valores Inegociáveis da Família". 
 A absurda proposta de Acabe, rei de Israel estava cheia de quebra de princípios, negociação de valores e desvalorizações. O rei ao tentar trocar a vinha de Nabote, frustra-se diante da negação do então proprietário. Diante disto, o rei insistente se propõe a comprá-la. Acabe despreza a lei estabelecida em Números 36.7 que não permitia a negociação de uma herança. Ao negar a negociação com o monarca, Nabote estava respeitando uma lei divina. Acabe, certamente, sabia disto, pois era rei e como tal era obrigado ater consigo uma cópia da lei (Dt 17.18). Porém uma instrução é apenas informação se não for praticada. Mas quando vivida ultrapassa a linha da informação para gerar formação. Nabote também tinha a instrução da lei, mas sua mente estava formada nos valores dela. Razão pela qual foi inegociável diante da proposta indecorosa de Acabe. Acredito que muitos de nós já estamos escolados sobre os valores inegociáveis da família, mas ainda assim os "Acabes" da vida tem logrado êxito em suas negociações para com as nossas famílias. Esses "acabes" são representados pelas imposições sociais que temos vistos. Pais que por imposição das circunstâncias, trabalham fora e precisam negociar o tempo de diálogo com os filhos. Maridos e esposas que forçados pela necessidade negociam o diálogo, pois o cansaço do dia os força a dormir a noite. Relativizamos o que era absoluto, vendemos a vinha, trocamos a herança. Para Nabote, não importava se o rei era mas forte, mas sim o fato de que a herança familiar era inegociável. E se tivesse de morrer por ela morreria. Creio que estamos vivendo em meio a uma geração de gente nada disposta a morrer por sua família, a morrer por seu casamento. Neste ponto, aprendemos três importante lições com este homem inegociável chamado Nabote. Convido você a fazer parte desta geração de inegociáveis na conservação desta herança bendita chamada família.

Não Negocie os Princípios de sua Família.  
Nabote havia recebido a instrução, anos atrás, mas o tempo não corroeu o princípio. Falar de princípio da família é falar do modelo requerido por quem a instituiu. Deus. Portanto cabe dizer neste artigo, que família pelo princípio bíblico não é a junção de um homem e uma mulher que "fizeram" filhos. Tendo em vista que vivemos em meio a uma geração onde o casamento, começa na cama para depois(talvez) ser acertado no altar. Na melhor das hipóteses. Pelo princípio bíblico família começa no altar para ser aumentada na cama. Pelo princípio bíblico, filhos não formam família, mas é a família quem gera os filhos. Ou seja, primeiro o altar, depois a cama, primeiro a família, depois os filhos. A geração Nabote pensa assim ainda que o príncipe deste mundo queira negociar, trocar ou comprar o que foi instituído por Deus.

Não Despreze os Valores de sua Família.
 Desprezar significa não dar o devido valor à algo ou à alguém. Caso Nabote aceitasse a proposta de Acabe, estaria traindo a herança familiar e toda traição é uma troca. Todo aquele que trai, ou troca seu cônjuge por outro, em ato de adultério, deverá saber que a troca sempre será inferior ao valor do que se tinha antes. Pois nada supera o valor de uma família. A família precisa ser inegociável e seu preço inestimável. A geração Nabote não despreza, não aceita trocas, recusa barganhas com a sua vinha.

Não Menospreze a Importância de sua Família.
Há neste último tópico, dois termos dignos de destaques, a saber: Menosprezo e Importância. Menosprezar é pior do que desprezar, pois quem despreza não dá o devido valor, mas que menospreza abaixa o valor. É o mesmo que Prostituir, pois este termo também significa baixar o preço. Nabote recebe a proposta de Acabe, primeiro para trocar, depois ele diz que quer comprar para construir uma horta. Uma Vinha vale infinitamente mais do que uma horta, mas o menosprezo a importância da família tem feito com que muitos a façam valer menos. Não prostitua sua família, não troque momentos de prazer e intimidade física com seu próprio cônjuge por uma horta frágil e passageira da pornografia de uma internet. Não menospreze, não prostitua seus filhos permitindo que assistam os lixos da horta de Acabe que não tem a duração prazerosa de uma vinha. O segundo termo é Importar. Importar significa trazer para dentro, ao contrário de exportar que envia para fora. Quem se importa traz para dentro. Importar-se com a família faz com que a tragamos para dentro de casa outra vez aquilo que Acabe tentou levar para dentro do seu palácio. A geração Nabote age assim.

Conclusão.
Concluo este artigo, crédulo de que Deus está recrutando os Nabotes deste tempo. Creio que ainda dá tempo, ainda há lugar para quem resolver ser inegociável apesar da força do rei, apesar das imposições das circunstâncias. Termino dizendo algo digno de ser destacado e guardado para o fim. Apesar de Acabe ser mais forte por ser rei, Nabote fez jus ao seu nome que significa Superioridade. O rei era soberano, mas Nabote era superior. Creio que estamos numa posição superior aos ditames da pós modernidade.
Você crê?
Graça e Paz!
Marcos Joaquim

quarta-feira, 12 de maio de 2021



 INTERVENTORES DE CONTEXTOS

 Em toda história da trajetória humana, em todas as gerações, sempre houve uma voz profética que confrontou os conceitos antagônicos à Bíblia. Os Eleazar de Deus que não abriram mão de preceitos e decretos espirituais que mantêm-nos próximos de Deus e não afastados dele. Um exemplo disso está entre o primeiro e o segundo século da era cristã. Surgiu na história, uma sucessão de homens que foram denominados conforme a característica de suas ações no que se refere a defesa de valores espirituais e éticos que acreditavam. Foram chamados de: os Apologistas, os Polemistas e os Teólogos. Formaram a força tarefa que contribuiu para mudanças significativas no contexto teológico da época, bem como nos aspectos morais e espirituais daquele momento. Essas três classes, dentro de um período que compreende, aproximadamente, dois séculos, formaram uma muralha de resistência contra a invasão de conceitos contrários aos valores da igreja edificada no fundamento dos apóstolos.

 

Apologistas

Eram assim chamados por sua defesa veemente aos ataques contra princípios cristãos. Eram guardiões ferrenhos na proteção contra os ataques heréticos quem violentavam os portões da igreja.

Polemistas

Enquanto os apologistas se ocupavam na defesa contra os ataques externos que ameaçavam valores internos, os Polemistas se ocupavam em tratar das heresias que já haviam ultrapassado as fronteiras da igreja e se instalado dentro dela. Adoecendo e promovendo o óbito de valores.

 Teólogos

 Eram assim considerados por causa da competência em aplicar a teologia nos conceitos filosóficos e científicos que contrastavam das Escrituras, impedindo a proliferação da secularização e do humanismo no seio da igreja.

 A síntese que se pretende aqui, é a consciência que precisamos de uma geração de líderes que tenham competência profética e que se tornem Apologistas na defesa da família, da igreja e seus valores. Que sejam Polemistas, e não polêmicos, defendendo a cultura do céu contra a invasão destas heresias que formam conceitos distorcidos, não somente no campo religioso mas também educativo. Líderes Teólogos, que influenciem até mesmo o currículo escolar da nossa sociedade, para que não seja influenciado por uma ideologia destruidora de valores inegociáveis. Precisamos de uma geração de Eleazar que não abra mão de valores inegociáveis e que tenham coragem para encarar os filisteus do presentes século dizendo a eles que acreditamos em casamento segundo o padrão bíblico. Homem e mulher. Que a família é a base da sociedade e aborto é crime. Que família nasce no altar e se multiplica na cama, não começa na cama para ser concertada no altar. Uma geração de Eleazar que diga não a uma ideologia que engana nossas crianças dizendo a elas que são livres para escolherem se querem ser homens ou mulheres, independentemente do sexo que tenham nascido. Uma geração semelhante a Eleazar, que permaneça inegociável nos valores nem abre mão deles, ainda que muitos tenham fugido da batalha.

 TRECHO RETIRADO DO LIVRO: SOCIEDADE DOS PROFETAS MORTOS

AUTOR: MARCOS JOAQUIM

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 11 de maio de 2021




A LEI NO NOVO TESTAMENTO

Sem dúvida alguma, o debate sobre Lei e Graça, tem sido um dos mais ferrenhos no seio da igreja. Teologias foram criadas, heresias se estabeleceram, divisões se formaram, tudo em torno desta dualidade doutrinária. Todavia, nestes últimos anos este embate nunca foi tão prejudicial a igreja. No meio desta efervescência surgiu um venenoso movimento teológico, que não somente provocou o óbito espiritual de muitos, como também intoxicou os que sobreviveram. A “Hipergraça”, violentou valores, desprezou princípios, escarneceu as tradições, confundindo-a com tradicionalismo e injetou na cabeça dos imaturos que estamos no “Tempo da Graça” e não no “Tempo da Lei”. A partir deste ponto, passo a registrar alguns argumentos que julgo ser relevantes àqueles que não baratearam a Graça e que se recusam a serem perturbados pelos insistentes ataques destas ideias controversas e falsamente doutrinárias. Ideias essas que partem principalmente de púlpitos sem compromisso com a Palavra Revelada, substituindo-a por suas próprias pesquisas infundadas, autônoma e soberba. Antes de destacar tais argumentos, gostaria de ressaltar que Lei e Graça, são criações Divina. Os debates ficam por conta arrogantes. Posto isto, afirmo que:

A GRAÇA NÃO SE INICIOU NO NOVO TESTAMENTO, PORTANTO NÃO ESTÁ RESTRITA A UM TEMPO

Muitos dentro da igreja reiteradamente dizem que estamos no “Tempo da Graça”, a ponto de ver ímpios escarnecendo dos valores do Reino e acreditarem que ainda bem que não estamos no “Tempo da Lei”. Ora, a Graça não é um segundo plano de salvação, como se fossemos salvos pela Graça no Novo Testamento e pelas obras da Lei no Antigo Testamento. Até porque a Lei veio através de Moisés, de modo que Abrão foi justificado pela fé sem as obras da Lei (Rm 4.13). A Graça não é temporal, é essencial. Existia antes da Nova Aliança e foi exatamente o que livrou Nóe de sucumbir junto com seus contemporâneos, pois Deus achou Graça e nele (Gn 6.8). Como ignorar Gn 3.15, onde Deus utilizando-se de um favor imerecido, cobre Adão e sua mulher com pele de animal, o que por inferência faz uma alusão ao sangue derramado do animal que morre no lugar do pecador. Qualquer semelhança não será mera coincidência.

A LEI É NECESSÁRIA E NÃO OBSOLETA

Dizer que não estamos mais no “Tempo da Lei”, é no mínimo uma insensatez e incoerência doutrinária. Uma infeliz afirmação de que é possível haver um Reino sem Lei, apenas com Graça e favor para todos os súditos. Neste segundo argumento, quero afirmar que o Reino de Deus não é um reino sem lei. Vale aqui uma pergunta nada retórica: Se Deus nos salva através da Graça, através de que Ele pune a humanidade que o rejeita? Urge a necessidade de que nós, ministros do Altar, alertemos a igreja que o chamado “Tempo da Graça”, só existe para aqueles que fizeram uma aliança com o Cordeiro e vivem de acordo com as cláusulas deste contrato. Caso contrário seria uma espécie de: Vem quem quer e viva como quiser. Absolutamente não. A Graça salva os que se tornaram filhos mediante a fé no Filho de Deus (Jo 1,12; Ef 2.8, Rm 8.1). Mas a Lei pune os que rejeitaram a Aliança (Rm 1.28-32).

 Esse argumento não é difícil de entende se considerarmos que em Jesus somos justificados, isto é, sem culpas, isentos de crimes contra a Lei e transformados de uma natureza pecaminosa para uma natureza santa. Já que nem todos tornaram-se filhos mediante a fé não sendo, portanto, justificados. Evidentemente que sua natureza é passiva de julgamento e condenação pela Lei, visto que a Graça não condena, mas sim absolve os arrependidos (At 4.19). Deste modo fica claro quando o Apóstolo Paulo afirma que a Lei é para os transgressores (ITm 1.9). Afirmo, portanto, segundo a Palavra que a lei não foi abolida e sim cumprida. Jesus não a aboliu. Seu cumprimento se manifesta em nós que que o recebemos como Senhor e Salvador (Mt 5.17).

PELA LEI VEM O CONHECIMENTO DO PECADO

A ausência de lei não é perdão, é baderna. Quando a Palavra diz que sem lei não há transgressão, não está querendo dizer que estamos isentos de culpa, quando pecamos (Rm 4.15). Apenas existe aqui uma abordagem que que a Lei serve de placas de sinalização nas estradas da vida e que só percebemos o que é errado quando a legislação ordena o que é certo. Isso torna-se evidente quando Paulo afirma que se não fosse pela Lei ele não teria conhecido o pecado, pois a Graça perdoa o pecado descoberto, mas a Lei é quem o denuncia (Rm 7.7). Portanto a Lei não acabou nem é ruim Ela é santa e boa (Rm 7.12; ITm 1.8). Onde fica o Espirito Santo, se é pela Lei que conhecemos o pecado? Pergunta-se. Ele trabalha exatamente nos convencendo deste pecado registrado na Lei (Jo 16.8-11).

A LEI NÃO É ANULADA PELA FÉ. PELO CONTRÁRIO. ELA A CONFIRMA RM 3.31

Fé não é um simples ato de crer, mas também uma forma de conduta condizente com aquilo que dizemos acreditar. Ter fé é importante, mas ser da fé é mais profundo ainda. Os que SÃO da fé, são filhos do crente Abrão e abençoados com ele, diz a Palavra (Gl 3.7,9). Assim sendo, fé tem a ver com crer na Graça perdoadora, tanto quanto acreditar que existe uma justiça punitiva, caso contrário deixaria de ser justiça.

 

A TRÍPLICE MANIFESTAÇÃO DA LEI NO ANTIGO E NO NOVO TESTAMENTO

Martinho Lutero, considerava a Lei veterotestamentária em três estágios. A saber: Lei Civil, que se refere ao modus vivendis do povo judeu. Em segundo lugar a Lei Cerimonial, que tem a ver com os rituais, sacrifícios e liturgias de culto, na sua maioria, uma alusão profética cumpridas em Cristo. Em terceiro lugar a Lei Moral, resumida no decálogo e considerada por ele, como vitalícia, significando que se tornou vigente até aos dias de hoje, visto que, como já dito, a lei não foi abolida e sim cumprida.

No que se refere especificamente ao Novo Testamento, o Apóstolo Paulo trata de três níveis da Lei, onde hipoteticamente a Lei Moral está inserida. São eles a Lei de Deus, a Leis da Mente e a Lei do Pecado. Um conflito se estabelecia na vida do renomado apóstolo e ele relata esta guerra em Rm 7.15-23. Ora, uma Lei só pode ser revogada por uma outra. As pessoas que não aceitaram Jesus vivem sem a Lei Moral de Deus, sua mente tem uma lei conflitada pois não a cumpre pois é escrava da Lei do Pecado.

Concluo então este artigo, dizendo que a Lei vigora até hoje e não a cumprimos por nossos esforços ou obras pois pelas obras da Lei ninguém será justificado (Rm 3.20). Apenas a cumprimos em Cristo enquanto permanecermos Nele. (Rm 2.13). Deste modo afirmo que Graça e Lei não são opostas entre si, pois a Lei sinaliza e a Graça educa.

Porquanto, a graça de Deus se manifestou salvadora trazendo salvação a todos os homens, educando-nos para que, renegadas as a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente (Tt 1.11,12)