"Possuimos um Altar"....Hb 13.10
Neste último domingo fomos, mais uma vez, surpreendido por Deus com uma palavra de confronto e de despertamento. Neste ano da Atitude, entendemos que existem, em nossas vidas, áreas específicas que precisam ser reparadas e revalorizadas. O Altar é uma delas. O texto acima afirma categoricamente que temos um Altar como parte preponderante de nossas vidas e não meramente um lugar elevado no templo de nossos cultos, como consideram alguns. Em todo relacionamento entre Deus e o homem, no decurso de sua história, sempre existiu, entre ambos, um altar. Noé sai da arca e estabelece um Altar, como símbolo da Aliança(Gn 8.20,21); Abrão foi chamado por Deus para que fosse o patriarca de uma nação e ao obedecer, por onde passava construia duas coisas significantes: uma tenda e um altar. Ao sair desmontava a tenda mas o altar permanecia, pois tendas são passageiras, mas altares são permanentes(Gn 12.8,9). Deus ao chamar o homem para andar com ele outra vez, através de Jesus Cristo, estabeleceu como critério um Altar entreposto entre a morte e a vida, que chamou de Cruz. E é exatamente sobre este Altar que a carta aos Hebreus se refere.
Há, pelo menos, quatro aspectos para os quais apontam para o significado de Altar e que tive a honra de compartilhar com a igreja. Todavia passo a explanar apenas um como assunto principal desta postagem.
Creio que nosso maior desafio no momento é o estabelecimento de um novo nível de um relacionamento com Deus. Por "novo" nível entenda-se por uma dimensão relacional que ultrapasse a linha de quem pede e de quem ouve, pois é assim que se têm entendido nestes últimos dias o que têm sido chamado de relacionamento com Deus. Ou seja, o homem que pede e o Deus que ouvi. Minha proposta nesta postagem é chamar a atenção para a necessidade de restaurarmos nosso altar como símbolo de um relacionamento estabelecido na Entrega . Isso mesmo, esse é o primeiro aspecto abordado no domingo passado ao qual passo a compartilhar aqui.
Altar é Lugar de Entrega
Dos quatro aspectos este foi o primeiro. O altar tinha como objetivo principal receber algo a ser voluntariamente entregue sobre ele. Isto significa que não pode haver relacionamento sem entrega, não existe casamento sem entrega, não existe família sem entrega. Todo relacionamento é sustentado pela intimidade e é a qualidade dessa entrega que definirá a dimensão desta desejada intimidade. Isto significa que se avalia a intimidade do relacionamento pela disposição do que se está disposto a entregar. Se eu peço a você uma coisa e você, podendo dar mais, dá somente um pedaço, então você me fará entender que o meu valor para você é do tamanho do pedaço do que me foi entregue. Assim, acredito, é o nosso relacionamento com Deus, pois aquilo que Ele nos pede precisa ser entregue conforme o tamanho de sua exigência. Um outro aspecto importante da entrega é que ela é legitimizada pela identidade, isto é, só se entrega algo ao destinatário depois que ele é reconhecido como tal. Só entregamos tudo que ainda nos pertence a Deus quando somos capazes de reconhecer quem ele é. Ninguem confia algo a quem não conhece, portanto, se dizemos que conhecemos a Deus porque ainda somos proprietatários de tantas coisas que já deveriam pertencer a Ele?
O Reino de Deus possui uma dinâmica diferente do mundo dos homens. No Reino damos para receber, perdoamos para sermos perdoados e assim sendo, quanto mais entregamos, mais teremos e quanto mais nos esvaziamos mais somos cheios. Entendo deste modo que não temos tudo o que precisamos de Deus, porque Deus ainda não têm tudo o que quer de nós.
Você crê?
Graça e Paz!
Marcos Joaquim