TRADUTOR

quarta-feira, 12 de maio de 2021



 INTERVENTORES DE CONTEXTOS

 Em toda história da trajetória humana, em todas as gerações, sempre houve uma voz profética que confrontou os conceitos antagônicos à Bíblia. Os Eleazar de Deus que não abriram mão de preceitos e decretos espirituais que mantêm-nos próximos de Deus e não afastados dele. Um exemplo disso está entre o primeiro e o segundo século da era cristã. Surgiu na história, uma sucessão de homens que foram denominados conforme a característica de suas ações no que se refere a defesa de valores espirituais e éticos que acreditavam. Foram chamados de: os Apologistas, os Polemistas e os Teólogos. Formaram a força tarefa que contribuiu para mudanças significativas no contexto teológico da época, bem como nos aspectos morais e espirituais daquele momento. Essas três classes, dentro de um período que compreende, aproximadamente, dois séculos, formaram uma muralha de resistência contra a invasão de conceitos contrários aos valores da igreja edificada no fundamento dos apóstolos.

 

Apologistas

Eram assim chamados por sua defesa veemente aos ataques contra princípios cristãos. Eram guardiões ferrenhos na proteção contra os ataques heréticos quem violentavam os portões da igreja.

Polemistas

Enquanto os apologistas se ocupavam na defesa contra os ataques externos que ameaçavam valores internos, os Polemistas se ocupavam em tratar das heresias que já haviam ultrapassado as fronteiras da igreja e se instalado dentro dela. Adoecendo e promovendo o óbito de valores.

 Teólogos

 Eram assim considerados por causa da competência em aplicar a teologia nos conceitos filosóficos e científicos que contrastavam das Escrituras, impedindo a proliferação da secularização e do humanismo no seio da igreja.

 A síntese que se pretende aqui, é a consciência que precisamos de uma geração de líderes que tenham competência profética e que se tornem Apologistas na defesa da família, da igreja e seus valores. Que sejam Polemistas, e não polêmicos, defendendo a cultura do céu contra a invasão destas heresias que formam conceitos distorcidos, não somente no campo religioso mas também educativo. Líderes Teólogos, que influenciem até mesmo o currículo escolar da nossa sociedade, para que não seja influenciado por uma ideologia destruidora de valores inegociáveis. Precisamos de uma geração de Eleazar que não abra mão de valores inegociáveis e que tenham coragem para encarar os filisteus do presentes século dizendo a eles que acreditamos em casamento segundo o padrão bíblico. Homem e mulher. Que a família é a base da sociedade e aborto é crime. Que família nasce no altar e se multiplica na cama, não começa na cama para ser concertada no altar. Uma geração de Eleazar que diga não a uma ideologia que engana nossas crianças dizendo a elas que são livres para escolherem se querem ser homens ou mulheres, independentemente do sexo que tenham nascido. Uma geração semelhante a Eleazar, que permaneça inegociável nos valores nem abre mão deles, ainda que muitos tenham fugido da batalha.

 TRECHO RETIRADO DO LIVRO: SOCIEDADE DOS PROFETAS MORTOS

AUTOR: MARCOS JOAQUIM

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 11 de maio de 2021




A LEI NO NOVO TESTAMENTO

Sem dúvida alguma, o debate sobre Lei e Graça, tem sido um dos mais ferrenhos no seio da igreja. Teologias foram criadas, heresias se estabeleceram, divisões se formaram, tudo em torno desta dualidade doutrinária. Todavia, nestes últimos anos este embate nunca foi tão prejudicial a igreja. No meio desta efervescência surgiu um venenoso movimento teológico, que não somente provocou o óbito espiritual de muitos, como também intoxicou os que sobreviveram. A “Hipergraça”, violentou valores, desprezou princípios, escarneceu as tradições, confundindo-a com tradicionalismo e injetou na cabeça dos imaturos que estamos no “Tempo da Graça” e não no “Tempo da Lei”. A partir deste ponto, passo a registrar alguns argumentos que julgo ser relevantes àqueles que não baratearam a Graça e que se recusam a serem perturbados pelos insistentes ataques destas ideias controversas e falsamente doutrinárias. Ideias essas que partem principalmente de púlpitos sem compromisso com a Palavra Revelada, substituindo-a por suas próprias pesquisas infundadas, autônoma e soberba. Antes de destacar tais argumentos, gostaria de ressaltar que Lei e Graça, são criações Divina. Os debates ficam por conta arrogantes. Posto isto, afirmo que:

A GRAÇA NÃO SE INICIOU NO NOVO TESTAMENTO, PORTANTO NÃO ESTÁ RESTRITA A UM TEMPO

Muitos dentro da igreja reiteradamente dizem que estamos no “Tempo da Graça”, a ponto de ver ímpios escarnecendo dos valores do Reino e acreditarem que ainda bem que não estamos no “Tempo da Lei”. Ora, a Graça não é um segundo plano de salvação, como se fossemos salvos pela Graça no Novo Testamento e pelas obras da Lei no Antigo Testamento. Até porque a Lei veio através de Moisés, de modo que Abrão foi justificado pela fé sem as obras da Lei (Rm 4.13). A Graça não é temporal, é essencial. Existia antes da Nova Aliança e foi exatamente o que livrou Nóe de sucumbir junto com seus contemporâneos, pois Deus achou Graça e nele (Gn 6.8). Como ignorar Gn 3.15, onde Deus utilizando-se de um favor imerecido, cobre Adão e sua mulher com pele de animal, o que por inferência faz uma alusão ao sangue derramado do animal que morre no lugar do pecador. Qualquer semelhança não será mera coincidência.

A LEI É NECESSÁRIA E NÃO OBSOLETA

Dizer que não estamos mais no “Tempo da Lei”, é no mínimo uma insensatez e incoerência doutrinária. Uma infeliz afirmação de que é possível haver um Reino sem Lei, apenas com Graça e favor para todos os súditos. Neste segundo argumento, quero afirmar que o Reino de Deus não é um reino sem lei. Vale aqui uma pergunta nada retórica: Se Deus nos salva através da Graça, através de que Ele pune a humanidade que o rejeita? Urge a necessidade de que nós, ministros do Altar, alertemos a igreja que o chamado “Tempo da Graça”, só existe para aqueles que fizeram uma aliança com o Cordeiro e vivem de acordo com as cláusulas deste contrato. Caso contrário seria uma espécie de: Vem quem quer e viva como quiser. Absolutamente não. A Graça salva os que se tornaram filhos mediante a fé no Filho de Deus (Jo 1,12; Ef 2.8, Rm 8.1). Mas a Lei pune os que rejeitaram a Aliança (Rm 1.28-32).

 Esse argumento não é difícil de entende se considerarmos que em Jesus somos justificados, isto é, sem culpas, isentos de crimes contra a Lei e transformados de uma natureza pecaminosa para uma natureza santa. Já que nem todos tornaram-se filhos mediante a fé não sendo, portanto, justificados. Evidentemente que sua natureza é passiva de julgamento e condenação pela Lei, visto que a Graça não condena, mas sim absolve os arrependidos (At 4.19). Deste modo fica claro quando o Apóstolo Paulo afirma que a Lei é para os transgressores (ITm 1.9). Afirmo, portanto, segundo a Palavra que a lei não foi abolida e sim cumprida. Jesus não a aboliu. Seu cumprimento se manifesta em nós que que o recebemos como Senhor e Salvador (Mt 5.17).

PELA LEI VEM O CONHECIMENTO DO PECADO

A ausência de lei não é perdão, é baderna. Quando a Palavra diz que sem lei não há transgressão, não está querendo dizer que estamos isentos de culpa, quando pecamos (Rm 4.15). Apenas existe aqui uma abordagem que que a Lei serve de placas de sinalização nas estradas da vida e que só percebemos o que é errado quando a legislação ordena o que é certo. Isso torna-se evidente quando Paulo afirma que se não fosse pela Lei ele não teria conhecido o pecado, pois a Graça perdoa o pecado descoberto, mas a Lei é quem o denuncia (Rm 7.7). Portanto a Lei não acabou nem é ruim Ela é santa e boa (Rm 7.12; ITm 1.8). Onde fica o Espirito Santo, se é pela Lei que conhecemos o pecado? Pergunta-se. Ele trabalha exatamente nos convencendo deste pecado registrado na Lei (Jo 16.8-11).

A LEI NÃO É ANULADA PELA FÉ. PELO CONTRÁRIO. ELA A CONFIRMA RM 3.31

Fé não é um simples ato de crer, mas também uma forma de conduta condizente com aquilo que dizemos acreditar. Ter fé é importante, mas ser da fé é mais profundo ainda. Os que SÃO da fé, são filhos do crente Abrão e abençoados com ele, diz a Palavra (Gl 3.7,9). Assim sendo, fé tem a ver com crer na Graça perdoadora, tanto quanto acreditar que existe uma justiça punitiva, caso contrário deixaria de ser justiça.

 

A TRÍPLICE MANIFESTAÇÃO DA LEI NO ANTIGO E NO NOVO TESTAMENTO

Martinho Lutero, considerava a Lei veterotestamentária em três estágios. A saber: Lei Civil, que se refere ao modus vivendis do povo judeu. Em segundo lugar a Lei Cerimonial, que tem a ver com os rituais, sacrifícios e liturgias de culto, na sua maioria, uma alusão profética cumpridas em Cristo. Em terceiro lugar a Lei Moral, resumida no decálogo e considerada por ele, como vitalícia, significando que se tornou vigente até aos dias de hoje, visto que, como já dito, a lei não foi abolida e sim cumprida.

No que se refere especificamente ao Novo Testamento, o Apóstolo Paulo trata de três níveis da Lei, onde hipoteticamente a Lei Moral está inserida. São eles a Lei de Deus, a Leis da Mente e a Lei do Pecado. Um conflito se estabelecia na vida do renomado apóstolo e ele relata esta guerra em Rm 7.15-23. Ora, uma Lei só pode ser revogada por uma outra. As pessoas que não aceitaram Jesus vivem sem a Lei Moral de Deus, sua mente tem uma lei conflitada pois não a cumpre pois é escrava da Lei do Pecado.

Concluo então este artigo, dizendo que a Lei vigora até hoje e não a cumprimos por nossos esforços ou obras pois pelas obras da Lei ninguém será justificado (Rm 3.20). Apenas a cumprimos em Cristo enquanto permanecermos Nele. (Rm 2.13). Deste modo afirmo que Graça e Lei não são opostas entre si, pois a Lei sinaliza e a Graça educa.

Porquanto, a graça de Deus se manifestou salvadora trazendo salvação a todos os homens, educando-nos para que, renegadas as a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente (Tt 1.11,12)